Optar por uma nova graduação ao invéz de uma dedicação maior para a seleção do mestrado foi uma das doloridas escolhas. Acertada acredito eu, posso tomar pra mim um embasamento maior no quesito cultura. E como o projeto correlaciona política e cultura, um respiro maior e argumentos mais fortalecidos vem por ai... É o estruturar físico e mental de um projeto maior, afinal o mestra é só metade do projeto final deste tema.
A verdade é que a maior dificuldade que eu sabia que enfrentaria é a de lidar com a maioria dos colegas da faculdade. Eu formada, licenciada, quase bacharela, 31 anos, me inserindo verdadeiramente na luta em movimentos sociais (não que feminismo e racismo não fossem minhas pautas diretas, mas nunca estive ligada a uma movimento social como hoje), voltando a graduação com colegas muitas vezes 10, 12 anos mais novos... Esse pessoal que nasceu depois da queda do muro de Berlim...
Meu olhar é outro, muitas das minhas certezas dos 20 anos foram por agua abaixo e ando tendo muito mais perguntas que respostas.... Ou talvez deva dizer que minhas certezas hoje são outras, e que muitas vezes nem são tão certas assim... Confesso... em muitos momentos me falta paciência com a juventude dos colegas e meu policiamento comigo mesma torna-se algo diário. É a tentativa de retomar a quem eu era quando entrei na UFBA para tentar compreender certas situações que pro meu entendimento são completamente desnecessárias....
Ao mesmo passo sinto a enorme dificuldade de me dedicar tanto quanto eu gostaria... Quando fiz história eu não trabalhava. Hoje não só trabalho como sou muito feliz com o que faço e verdadeiramente me dedico, e confesso que fico muito feliz com o reconhecimento desta dedicação. É o trabalhar com o que dá prazer. Mas dedicar-me ao trabalho e aos estudos está sendo um trabalho extremamente arduo. São traballho não entregues ou entregues fora do prazo com valor de nota menor... É o estudar de véspera para a prova... é a dor do abandonar uma outra disciplina quando o objetivo é formar com no mínimo score 8.0... É o lembrar que nos trabalhos em grupo nem todos trabalham... E isso chateia... e isso pesa... ao menos nesse quesito eu me esforço muito para minhas coisas estejam em dias...
É... preciso respirar mais essa juventude... soma-la ao meu conhecimento... Mas devo confessar não é fácil... Serão mais 2, 3, 4 anos não sei ao certo nessa convivência onde muitos passarão por mim e eu passei por alguns... Onde meu mestrado precisa ser inserido.. Onde a minha vida pessoal também precisa ter vóz... Nunca pensei que seria fácil, nunca pensei que formaria em 4 anos como fiz em História... Sempre foi a vontade de me instrumentalizar em algo que eu também tenho muito prazer. Produção Cultural. Este é o foco, este é o objetivo maior. O que faz seguir é a certeza que os obstáculos serão transpostos e que a gente vai se adaptando (ou não)
a determinadas situações..
2 comentários:
Muito lindo Gabi. Sinto um pouco disso tb
Renato Souza
são as diferenças devido à expereincia que ja tivemos dentro da universidade...
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