domingo, 1 de dezembro de 2013

Das angústias de uma nova graduação


Quando eu decidi que faria uma nova graduação sabia que muitas coisas seriam postas em cheque dentro do meu intimo.

Optar por uma nova graduação ao invéz de uma dedicação maior para a seleção do mestrado foi uma das doloridas escolhas. Acertada acredito eu, posso tomar pra mim um embasamento maior no quesito cultura. E como o projeto correlaciona política e cultura, um respiro maior e argumentos mais fortalecidos vem por ai... É o estruturar físico e mental de um projeto maior, afinal o mestra é só metade do projeto final deste tema.

A verdade é que a maior dificuldade que eu sabia que enfrentaria é a de lidar com a maioria dos colegas da faculdade.  Eu formada, licenciada, quase bacharela, 31 anos, me inserindo verdadeiramente na luta em movimentos sociais (não que feminismo e racismo não fossem minhas pautas diretas, mas nunca estive ligada a uma movimento social como hoje), voltando a graduação com colegas muitas vezes 10, 12 anos mais novos... Esse pessoal que nasceu depois da queda do muro de Berlim...

Meu olhar é outro, muitas das minhas certezas dos 20 anos foram por agua abaixo e ando tendo muito mais perguntas que respostas.... Ou talvez deva dizer que minhas certezas hoje são outras, e que muitas vezes nem são tão certas assim... Confesso... em muitos momentos me falta paciência com a juventude dos colegas e meu policiamento comigo mesma torna-se algo diário. É a tentativa de retomar a quem eu era quando entrei na UFBA para tentar compreender certas situações que pro meu entendimento são completamente desnecessárias....

Ao mesmo passo sinto a enorme dificuldade de me dedicar tanto quanto eu gostaria... Quando fiz história eu não trabalhava. Hoje não só trabalho como sou muito feliz com o que faço e verdadeiramente me dedico, e confesso que fico muito feliz com o reconhecimento desta dedicação. É o trabalhar com o que dá prazer. Mas dedicar-me ao trabalho e aos estudos está sendo um trabalho extremamente arduo. São traballho não entregues ou entregues fora do prazo com valor de nota menor... É o estudar de véspera para a prova... é a dor do abandonar uma outra disciplina quando o objetivo é formar com no mínimo score 8.0... É o lembrar que nos trabalhos em grupo nem todos trabalham... E isso chateia... e isso pesa... ao menos nesse quesito eu me esforço muito para minhas coisas estejam em dias...

É... preciso respirar mais essa juventude... soma-la ao meu conhecimento... Mas devo confessar não é fácil... Serão mais 2, 3, 4 anos não sei ao certo nessa convivência onde muitos passarão por mim e eu passei por alguns... Onde meu mestrado precisa ser inserido.. Onde a minha vida pessoal também precisa ter vóz... Nunca pensei que seria fácil, nunca pensei que formaria em 4 anos como fiz em História... Sempre foi a vontade de me instrumentalizar em algo que eu também tenho muito prazer. Produção Cultural. Este é o foco, este é o objetivo maior. O que faz seguir é a certeza que os obstáculos serão transpostos e que a gente vai se adaptando (ou não)
a determinadas situações..







2 comentários:

Anônimo disse...

Muito lindo Gabi. Sinto um pouco disso tb
Renato Souza

Gabi Frajola disse...

são as diferenças devido à expereincia que ja tivemos dentro da universidade...