A Cabana

Sou daquele tipo de gente que acredita que tudo acontece na hora que deve acontecer... Comecei a ler "A Cabana" quando estava voltando de Campo Grande, dia 30 de dezembro de 2012... Li mais da metade do livro na viagem, e muita coisa me fez sentido... mas deixei-o de lado um tempo e lá por algum dia de janeiro lí mais uns capitulos, que também me deram muitos esclarecimentos... por vários momentos pensei em retomar a leitura, mas a preguiça ou sei lá o que sempre me prenderam...

Na ultima semana passei por algumas tribulações, alguns momentos de intensa reflexão, introspecção... esclarecimentos... Uma força única e também a solidão de quem vive... pois como diz a música: "Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é"... Ao mesmo tempo uma necessidade específica de conversa, conversa necessária... não pela necessidade da razão, mas pela necessidade da alma...

E assim, mais uma vez retornei a minha leitura, mais uma vez me acrescentou... hoje sei que preciso rele-lo, mais que religião, é um carinho de religiosidade, uma outra forma de entrar em contato com algo superior, mesmo eu não acreditando em todos os personagens superiores...

Recomendo a leitura e deixo aqui dois trechos que me sensibilizaram nesta ultima fase de leitura:

A primeira diz respeito a expectativa e decepções... eu quero me esforçar na viva prontidão! Criar expectativas é a forma mais fácil de nos decepcionarmos com outrem, quando na verdade o essencial é o estarmos juntos, é a vivência dos relacionamentos interpessoais...

"Usemos o exemplo da amizade e veremos que remover o elemento de vida de um substantivo pode alterar um relacionamento. Mack, se você e eu somos amigos, há uma prontidão dentro de nosso relacionamento. Quando nos vemos ou quando estamos separados, há a prontidão de estarmos juntos, de rirmos e falarmos. Essa prontidão não tem definição concreta: é viva, dinâmica, e tudo que emerge do fato de estarmos juntos é um dom único que não é compartilhado por mais ninguém. Mas o que acontece se eu mudar "prontidão" por "expectativa", verbalizada ou não? Subitamente a lei entra no nosso relacionamento. Agora você espera que eu aja de um modo que atenda às suas expectativas. Nossa amizade viva se deteriora rapidamente e se torna uma coisa morta, com regras e exigências. Não tem mais a ver com nós dois, mas com o que os amigos devem fazer ou com as responsabilidades de um bom amigo"

E este segundo fala exatamente da unicidade de cada relacionamento que temos, as pessoas são únicas, por isso a forma que nos relacionamos com elas também o é:

"Cada relacionamento entre duas pessoas é absolutamente único. Por isso você não pode amar duas pessoas da mesma maneira. Simplesmente não é possível. Você ama cada pessoa de modo diferente por ela ser quem ela é e pela especificidade do que ela recebe de você. E quanto mais vocês se conhecem, mais ricas são as cores desse relacionamento."

e tive então a certeza de que terminei a leitura no momento certo...